Acredito que sou muito sortuda por inúmeros motivos. Um dos motivos é o fato de ser filha da minha mãe. Ainda não sou mãe, mas tenho a ideia de que quando assumir esse papel vou entender muitas questões e reações da minha própria mãe, durante toda a minha criação.
Quando criança eu me ressentia de algumas posturas e reações da minha mãe, como gritar muito e não entender meus sentimentos infantis. Mas hoje, percebo que havia uma visão ideal de mãe em minha cabeça e eu não entendia que ela também estava em seu caminho de evolução, autoconhecimento, melhoria contínua e de que também tem muitas questões internas a serem apaziguadas.
Começando a crescer e a ver que a vida adulta é totalmente diferente do que imaginava, percebi que minha mãe era antes de tudo um ser humano, uma mulher, abaixo de todas as duras camadas da vida e de nossa sociedade. Mãe não é uma mulher superpoderosa. Mãe é uma mulher, que tem sonhos, traumas, dúvidas, dores, desejos, frustrações e que precisa conjugar tudo isso de uma forma a tirar forças de algum lugar para criar um outro ser humano, dando o seu melhor, segundo o seu nível de consciência que possui. Os filhos escolhem os pais, de alguma forma, semelhante atrai semelhante, em energia. E assim, eu atraí a mãe perfeita.
Eu sou muito sortuda por ter a mãe que eu tenho. Mesmo sendo rígida em muitos aspectos, me deixou livre para criar, para expressar minha criatividade, minha dança, mesmo sem entender minhas referências e da onde surgiam as minhas ideias.
Eu sempre digo que “o que é pra ser tem muita força”. E assim, minha mãe sempre seguiu, de alguma forma, o seu caminho de desenvolvimento, e a partir de sua própria vida ela me deu o maior exemplo de reivenção, coragem, mudança de vida. Voltou a estudar quando eu tinha mais ou menos 08 anos, entrou na faculdade, em sua formatura eu tinha uns 12 e assim ela foi me ensinando com o seu próprio exemplo a ser quem se é. Seja como for.
Eu tenho muita sorte de ser filha da Marta Pacheco. Eu escolhi a mãe certa de verdade. Ela é a mãe perfeita pra mim. Perfeita em suas imperfeições. Tudo nela me lapidou e me ensinou a ser o que sou, a chegar onde estou. Sou muito grata por ver, desde pequena, ela pintando quadros, limpando a casa com amor, fazendo biscoitinhos amanteigados para eu vender na escola, voltando a estudar, lendo livros, me mandando ler jornais, me ajudando com as tarefas de casa quando eu já estava exausta.
Mãe, muito grata por tanto amor, por tanta dedicação, por tanta preocupação, por tanta oração e por tanto suporte!
Não sei você, mas eu sou muito sortuda. Amo você.
Com amor,
Grazy.
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