Antes de mais nada, preciso de um tempo para aquecer os meus dedos, uma vez que estão um pouco enferrujados… haha. Agora sim, estou pronta!
Adoro pensar nessa tela em branco como um bloco de pedra no atelier de um escultor, pronto para começar o seu “vir a ser” outra coisa qualquer. A cada talho, uma nova escolha, um novo resultado.
Da mesma forma, eu encaro os meus dias, as minhas semanas, meses, anos. É assim que enxergo a minha vida: um grande processo de “vir a ser”. Dentro desse pensamento, cada segundo me esculpe de uma maneira. Em cada canto, uma nova possibilidade de ser diferente.
Com esse olhar de principiante, refleti sobre algumas palavras da professora de yoga Pri Leite, que mora em meu coração sem nem ao menos me conhecer. Adoro a forma como une o corpo físico ao nossos corpos mais sutis e nos faz perceber que todos estão conectados e se retroalimentam.
Em várias aula ela comentou sobre a importância de fazer as posturas “sem forçar”, de tratar o corpo e seus limites com gentileza, de praticar yoga “sem agenda”, e arrematou dizendo que não estamos “treinando para as olimpíadas”, que nossa intenção é nós fazer bem.
Essas frases caem como um grande baque na minha mente bailarina. Juntando a minha educação rígida oferecida pelo ballet desde os meus três anos e a minha pré disposição a me cobrar absurdamente – um grande stellium no signo de Capricórnio -, fizeram com que eu “praticasse a vida com agenda”, como uma ginasta olímpica.
Não estou falando da agenda de papel ou planner que usamos para organizar nossa rotina e metas para o ano. Estou falando da agenda como cobrança, peso, comparação e “tem que’s”. Como se a cada momento eu estivesse treinando para as olimpíadas, numa competição louca com o próprio tempo e com lugares hipotéticos de onde eu “deveria estar” ou o que “deveria estar fazendo”.
Mas então chega o dia em que uma aula de yoga de 20 minutos me mostra a possibilidade de viver a vida sem agenda, sem a cobrança de uma técnica olímpica por grandes resultados e performances. Surge a possibilidade de apenas Ser o que se É, sem a cobrança por chegar a algum lugar, ou conseguir coisas.
E se você passar a vida inteira querendo chegar em algum lugar é esse lugar nunca chegar? Valeu a pena não ter prestado atenção no caminho, na jornada? E se você chegou no lugar que queria, mas se sentiu vazio porque se deixou no caminho, porque deixou de perceber a vida?
Para mim, viver sem agenda é viver mais leve. É refletir sobre o que de fato importa pra mim, o que alimenta a minha alma. E nesse caso, eu descobri que não era mais o que eu achava que era, mas sim a prática diária do aprendizado constante e do compartilhar o que aprendo.
Se o dinheiro que almejo não chegar, se o reconhecimento que quero não chegar, ok, mas a caminhada vai ter valido a pena. Vou estar plena, satisfeita, porque percebi que viver sem agenda é viver uma vida que vale a pena.
E para você, o que seria viver sem agenda, praticar a vida sem estar treinando para as olimpíadas? Me conta como é pra você? Vamos aumentar os significados?
Com amor,
Grazy Pacheco.
JESSICA CALDERON PAIXAO says
Amei o texto!
É um grande desafio e aprendizado saber usar a agenda como norte e não como um ditador rígido! É o que me passa aqui! Caiu bem para o meu momento. Gratidão!
Grazy Pacheco says
Oi Jessica! Que bom que você curtiu! 😉
Sim, um desafio enorme pra mim! Sigo aprendendo sempre!
Vamos juntas!
Beijos