Parece que escrever ficou mais desafiador pra mim. Sinto os meus dedos duros, engessados, a mente parece não encontrar as palavras certas para cada ideia ou sentimento. Quero que saia tão perfeito ao que imaginei que esse ato que antes era tão natural e curativo, passou a ser uma ação que requer grande planejamento e concentração. Mas hoje… hoje é um dia tão especial para mim e para a minha carreira, que mesmo com dedo engessado e mente perfeccionista, esse post vai sair! E eu convido você a vir comigo!
9 de novembro
No dia 09 de novembro de 2007 eu criei o meu blog – eu já tinha tido flogões e fotologs desde os 13 anos, mas esse blog foi o mais duradouro – e mal sabia eu que ele me abriria portas maravilhosas e lindas tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Eu tinha acabado de fazer 17 anos e ele foi um grande presente na minha vida.
No dia 09 de novembro de 2016, eu deixei o Sul do Brasil e voltei para a minha cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. São 13 anos de blog, 4 anos de volta ao Rio. Uma grande e louca viagem no tempo percorreu a minha mente por todo o dia. Um pouco de nostalgia, de julgamentos, de gratidões, de arrependimentos. Tudo junto.
De qualquer forma, já venho cozinhando em minha mente e no meu coração uma vontade enorme de mudança de vida. Eu já aceitei o fato de que sou/estou em uma eterna mudança. Isso me move, isso me deixa viva, isso me faz ser humana. Eu já mudei muito, continuo mudando, mas agora as mudanças parecem estar mais por dentro de mim e da minha mente do que propriamente no mundo exterior, como cabelo ou carreira.
E hoje, nesse dia tão simbólico pra mim, eu quero desejar que você seja bem vindo ao meu novo mundo. Eu aproveito e também dou boas vindas a mim mesma. É tudo novo, de novo, e para sempre.
De 2007 a 2020, passando por 2016
No primeiro post do meu blog, lá em 2007, eu postei uma foto minha e escrevi uma pequena descrição no post. Nesse texto eu disse que tinha 17 anos e que estava em uma idade onde eu não era menina e nem mulher. Achei isso tão interessante… Eu tinha dificuldade de me ver como mulher. Confesso que faz pouco tempo que, de fato, consegui me enxergar como mulher, com todo o meu poder e responsabilidade no mundo.
Também disse que tinha resolvido criar um blog para lembrar como era ter um, já que aos 13/14 anos tinha tido um. Comentei que eu dançava, que eu estudava, adorava moda e que essa seria a faculdade que faria no próximo ano. Disse também que adorava ver a vida por vários ângulos – achei isso tão fofo – eu realmente já amava refletir sobre a vida. Disse que era um pouco complicada, como a maioria das mulheres – agora eu já era mulher haha – mas que as mulheres são para serem amadas e não para serem entendidas, que bom pq até hoje não me entendo! haha
13 anos se passaram desde esse primeiro post. Eu vi a foto do post, percebi os acessórios e a roupa que estava usando. Também vi a franja que tinha cortado recentemente. Tudo aquilo era tão legal pra mim. Os acessórios eram criações minhas, eu fazia acessórios desde criança. A roupa era colorida, uma estampa da moda que eu havia curtido muito. Consigo imaginar uma sandália de tiras amarelas com sola de cortiça que tinha nessa mesma época. Estava terminando o ensino médio e sonhava com a faculdade e com a maioridade.
Olhando para trás, sou muito grata a essa menina-mulher que seguiu a sua intuição e criou o blog, esceveu o primeiro post. Sou muito grata também a essa menina, que sozinha e sem referências, começou a fazer acessórios ainda criança, com uns 10 anos. Tudo começou com elas.
Depois, em 2016, a volta para o Rio foi conturbada. Eu estava magoada, doente, precisando de colo. Eu voltei pq eu precisava de colo e de suporte. Mas quando cheguei, fui recebida por tantos problemas familiares que o caos tomou conta da minha mente e da minha saúde. Foi muito desafiador. Continuou sendo pelos anos de 2017 e 2018. Eu estava perdida de mim mesma.
Em 2019, as coisas começaram a melhorar, logo no início do ano mesmo. Foi um ano muito especial, mesmo estando no ápice do meu retorno de saturno. Eu fiz a minha formação em coaching, fui a São Paulo pela primeira vez, resolvi que mudaria de vida, fiquei supeeer doente, cortei o meu cabelo joãozinho, tirei um pólipo do útero, conheci o meu namorado lindo e toda a família mais que especial que me recebeu muito bem, voltei a sonhar e a deixar “a Grazy de sucesso” para trás, para conseguir reconhecer a Grazy do presente.
Esse ano também começou de forma especial. Com apoio das pessoas que acreditam em mim, resolvi que iria focar completamente na minha carreira. Comecei a planejar o que gostaria de fazer, fiz mais cursos e mentorias, me dediquei muito. A pandemia chegou de repente, foi um grande susto pra mim. Ficar longe do meu namorado e presa em casa foi muito desafiador. A partir de alguns gatilhos que eu nem imaginava, tive a anorexia nervosa de volta a minha vida, além de espinhas e uma virada na saúde.
Respirei fundo, voltei a rotina de médicos e exames, nutricionista e topei o desafio de ver a comida como minha amiga. Depois de quase morrer de saudades, eu e Pedro ficamos juntinhos novamente e as coisas ficaram mais tranquilas, mesmo diante de inúmeras incertezas coletivas. No final de setembro ficamos juntos de vez, em um espaço novo e está sendo maravilhoso essa construção diária do que chamamos de lar.
Agora, estou sendo chamada para refletir sobre as minhas escolhas, desde o momento em que fiz o primeiro acessório na infância até agora. Estou sendo convidada a refletir sobre o meu compartilhar com o mundo, não somente sobre o que é mas também sobre o pq é. Além disso, também estou sendo levada a refletir e rever as minhas crenças e formas de pensar, de sentir o amor e dar amor, de ver valor e dar valor. O meu retorno de saturno acaba em dezembro, digamos que estamos fechando com chave de ouro.
Momento de retomada
Durante essas reflexões, senti que me perdi no caminho da vida. Perdi partes de mim e agora a conta estava sendo cobrada. Resolvi voltar lá na infância e perguntei a minha criança e as pessoas próximas a mim durante o meu desenvolvimento sobre o que eu amava brincar. Descobri que eu amava organizar a casa da Barbie, que eu amava dançar, que eu amava fazer acessórios, que eu amava cantar, brincar de escritório de moda e beleza, que eu amava brincar de meditar e colava um terceiro olho na testa.
Lembrei que eu amava posar para fotos, que o meu sonho era ser modelo, que eu amava fazer roupas para a Barbie e depois customizava as minhas roupas, pedia para a minha avó fazer tapetes de fuxico para eu fazer saia, bolsa, etc. Lembrei que eu amava pintar, escrever, fotografar, conversar, garimpar, ousar, criar com as minhas mãos. Respirei aliviada. Algo disso pode ser uma boa pista sobre o meu compartilhar com o mundo.
Estou aqui, nesse 09 de novembro de 2020, retomando oficialmente. Voltei a escrever no blog – olha esse post aqui -, voltei a fazer acessórios e estou experimentando novamente o fazer pelo prazer. Não é mais o fazer pelas metas, pelo reconhecimento, pelo elogio. É o fazer pela alegria de fazer, de estar viva, de criar e de oferecer algo meu ao mundo.
Para isso, fechei a agenda de atendimentos de coaching para esse ano. A vida às vezes nos pede para dar uma pausa de um lado, para que outros possam se desenvolver. E nesse ritmo de retomada por aqui, convido você a refletir sobre a sua vida. Fim de 2020 se aproximando, 2021 batendo à nossa porta. Você precisa retomar algo? Precisa resolver algo? Precisa recuperar algo? Precisa encontrar as partes de si mesmo que perdeu pelo caminho? Eu precisei. E estou aqui, retomando.
Mas não se engane. Não é um retomar que vive do passado. É um retomar que nos lembra, que nos recorda, o que nos importa. Passado e presente se confundem sempre, e as memórias são recriadas a cada lembrança. Na verdade, ainda somos aqueles crianças brincando de pique-esconde, mas disfarçadas de adultos.
Para embalar esse momento, escolhi compartilhar essa música que não sai dos meus ouvidos:
Vamos retomar? Quer vir comigo?
Comenta aqui embaixo! Vamos conversar!
LOOK: Vestido: Ana Soncini Atelier | Sandália: Formenta Style | Óculos: Lojas Renner | Cinto: Acervo Pessoal
LOCAL: Colônia Juliano Moreira, Jacarépaguá, Rio de Janeiro.
FOTOS: Graziano Pacheco
Com amor,
Grazy
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