Eu comecei essa semana de uma forma muito inusitada. Comecei dando tela azul. Sabe, a “tela azul da morte” que algum dos seus computadores antigos já te surpreendeu? Então… dessa vez – como em outras algumas vezes – não foi o computador, fui eu mesmo que tive um bug.
Normalmente eu planejo as ações da minha próxima semana de trabalho nas sextas-feiras. Mas semana passada, tive uma carga maior de trabalho e resolvi deixar para a segunda, até porque teria que planejar o que faria no mês de junho, tanto na vida quanto no trabalho.
Sabemos que as mudanças da quarentena e as incertezas que estão por todos os lados estão sendo desafiadoras, mas quando acontece com a gente, tudo parece mais forte. Então, em plena segunda-feira de manhã, eu estava aqui, de frente para esse notebook, sentada na diagonal – eu só consigo trabalhar assim – planejando todas as ações de vida e de trabalho para esse novo mês e para essa nova semana. Depois de fazer meu planejamento, reler cada ideia traçada, eu tive a tal “tela azul”.
Era mais um dos meus planejamentos inviáveis para qualquer ser humano, que viva em um dia com 24 horas e um mês com 30 dias. E junto a isso veio uma sensação de desamparo frente as pendêcias de trabalho, os vários cursos iniciados, os vários livros lidos pela metade. Eu me afundei no mar do desassossego, da culpa, da frustração. Não foi a primeira vez.
Eu sou muito organizada, desde sempre. O meu problema não é técnico, digamos assim. O meu problema é a forma como penso os meus dias, as minhas horas e o que é humanamente possível fazer mantendo a paz interior, a saúde mental e física. Eu entendi, com todas as minhas células, que mesmo se eu fosse a mulher maravilha e conseguisse dar conta das infinidades de tarefas a que me proponho, eu não seria feliz. Afinal, não sou uma robô fazedora-de-coisas, eu sou humana.
O meu problema é a forma como penso os meus dias, as minhas horas e o que é humanamente possível fazer mantendo a paz interior, a saúde mental e física.
Claro que tive o momento de pedir socorro para a terapeuta, de fazer charme pro namorado – inclusive esse post foi uma sugestão dele – e de me sentir a pior pessoa e profissional da vida desse planeta Terra.
Devido ao auê da minha agenda, como amo muito o que faço e só consigo fazer quando a minha energia está alta, para oferecer o melhor que posso a cada pessoa, remarquei os meus clientes da semana, e desmarquei alguns compromissos. Tirei a semana para organizar tudo e fazer uma manutenção nos “equipamentos”. Desde o início da pandemia, não deixei de trabalhar dia algum e essa semana se mostrou perfeita para arrumar a casa, para que eu seja capaz de dar o meu melhor a todos, por meio do meu trabalho e da minha expressão criativa.
Como eu fiz para sair da minha tela azul da morte? Duas coisas: a primeira, eu rezei. A segunda, pedi ajuda! Dessa vez não a alguém que sacasse de organização, mas a minha terapeuta, pois percebi que o lugar de virar a chave seria antes do externo, seria na minha percepção de tempo e na minha expectativa quanto ao tempo das coisas.
Eu acendi uma vela, um incenso, rezei aos meus guias, ao meu anjo da guarda, para que me ajudassem, pois realmente não aguentava mais começar um novo planejamento de rotina – e sempre dá muito certo até eu começar a me entupir de desejos e tarefas – e assim, depois desse pedido de socorro, me veio a intuição de pegar uma ferramenta de coaching que já havia feito e listar cada momento desse dia ideal que tinha descrito, e conjunto a isso, seguir algumas dicas da minha terapeuta, como: acrescentar mais 30 minutos a cada tempo especificado para cada tarefa, fazer pausas de tempos em tempos – alô técnica do pomodoro – e lá fui eu! O mais engraçado é que normalmente são elementos que já conhecemos, mas que por algum motivo, esquecemos e não colocamos em prática.
e assim, depois desse pedido de socorro, me veio a intuição de pegar uma ferramenta de coaching que já havia feito e listar cada momento desse dia ideal que tinha descrito, e conjunto a isso, seguir algumas dicas da minha terapeuta, como: acrescentar mais 30 minutos a cada tempo especificado para cada tarefa, fazer pausas de tempos em tempos
Peguei meu dia ideal, reli com amor e carinho, fui listando cada bloco de atividades desse dia perfeito e fui percebendo que muito daquilo já poderia ser colocado em prática hoje. E quando montei minha programação de rotina, coloquei uma margem de tempo maior para cada atividade. Eliminei as ideias de novos cursos, novos livros, novos qualquer coisa desse momento, para inserir aos poucos. Delimitei os sábados e domingos para estudar assuntos do meu interesse.
Estou concluindo hoje o meu segundo dia nesse planejamento. Um dia e meio na verdade. Estou pedindo a Deus para registrar na minha memória essa leveza que é ter a agenda mais limpa. Afinal, normalmente eu começo assim, e depois vou colocando cada vez mais coisas. Tudo isso por medo de não realizar as coisas que tanto quero, ver feito no mundo o que povoa somente a minha mente.
Mas, a que custo? Do que adianta ganhar o mundo e perder a própria alma? Não adianta nada…
Eu sei que tem mais pessoas que também são assim. E tá tudo bem! Mas se você quiser um pouco de ar para respirar, estou aqui para compartilhar o que anda funcionando comigo. Talvez seja útil dizer que estou respirando novamente. Que é possível e que o medo de não ser produtivo vai embora, na mesma medida em que chega a leveza. Acho que é isso que importa!
Com amor,
Grazy.
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