
Desde o final do ano de 2020 venho refletindo sobre a minha vida, história, preferências, pensamentos e crenças. Obviamente, o meu estilo não ficou fora dessa, não exatamente as peças que uso, mas o motivo pelo qual a moda e o estilo sempre estiveram presentes na minha vida. Acredito que compartilhando a minha reflexão sobre isso, possa ajudar vocês a pensarem sobre isso também.
Quando eu era criança, ia ao menos uma vez no ano a Belo Horizonte, na casa da minha tia, irmã do meu pai. Era uma época muito divertida e muito esperada pra mim e para o meu irmão. A gente se divertia muito com os nossos primos. Era também época em que a gente comprava roupas novas, para irmos arrumadinhos e não fazer feio.
Foi assim que na infância comecei a interpretar que as roupas são formas de sermos aceitos, valorizados, inseridos no grupo, legitimados, como se estando arrumadinha eu estivesse pronta para ser família. E aí, foram anos e anos me interessando por moda e estilo, estudando sobre o assunto, mas sem conseguir acessar essa informação que estava no meu inconsciente.
Nos vestir bem realmente nos abre muitas portas, mas não é por isso que quero me vestir. Quero experimentar me vestir a partir do que é bom pra mim e do que eu quero pra mim. Não quero ver o meu look como possaporte para me sentir aceita ou amada, digna de pertencer a algum lugar, porque eu JÁ SOU.
Pensei muito sobre tudo isso e cheguei a conclusão, no fundo do meu coração, não somente em minha mente, que quero me vestir para me sentir poderosa do meu jeito, e a partir disso, me encher de coragem para construir o que sou no mundo. Quero me vestir para me sentir preparada para a vida, para o dia, para derramar o meu coração no meu trabalho. Não importa o que os outros irão achar.
Não quero me vestir como se fosse uma súplica para me aceitarem como digna, como algúem que está no jogo e que merece ser vista, pois com esse pensamento vou refletir em todas as peças ou estilos que escolher um sentimento pesado. Além das coisas que me faço acreditar que gosto só para preencher padrões sociais.
Quando eu me visto, escolhendo peças e estilos a partir do pensamento de que quero parecer mais magra, mais alta, com a cintura mais fina, com a perna mais longas, fazendo contorno no rosto para parecer com uma celebridade, eu me ligo ao que eu acredito que me falta, o que eu não tenho. E assim a ecassez me atravessa, contaminando tudo e nada acaba me nutrindo, nem os elogios que anseio receber.
Quero me vestir para amplificar minhas qualidades, minha autoestima, meu poder pessoal e dessa forma ser abundante, transbordar amor, compaixão, aceitaçaão, leveza, beleza e criatividade.
Talvez eu até utilize as mesmas peças e componha os mesmos looks que usava antes, mas eu tenho certeza que será de forma totalmente diferente.
Essa é a diferença de ter a nossa motivação em nossos medos (de não ficar bonita, de não ser atraente, desejável, aceita, vista como [complete como deseja…] e de ter a nossa motivação em nosso lado mais amoroso, na vontade de expandir, de se descobrir, de trazer à tona as joias escondidas dentro de nós.
Vá no seu tempo, mas eu torço para que em algum momento, essa ficha caia para você assim como caiu pra mim nesse início de ano, e mude completamente a sua forma de viver e de vestir.
Vamos conversar sobre isso? Comenta aqui embaixo que eu amo responder!
Com amor,
Grazy.
Look: Saia: Eliza Andrade | Cinto: 300 Onças
Foto: Fernanda Collares
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